Duplex Seven Hearts - Chef Chakall
Um apartamento no topo de Lisboa.
É no cimo de uma das 7 colinas de Lisboa, no bairro do Alto de São João, que renasceu este apartamento, renovado a gosto do seu proprietário Chakall e sob o traço do arquiteto Mário Sousa Henriques, arquiteto responsável da Metric Hands System.
Chakall, Chef Chakall como é conhecido em Portugal e no mundo, conta-nos a história de renovação deste apartamento na primeira pessoa. Sem deixar margem para dúvidas refere “Não compro casas, compro vistas”. E tal é bem visível a cada passo que se dá no apartamento duplex, encimado por um terraço a céu aberto. Foi um contacto comum que estabeleceu a ponte e inspirou confiança. “Disse-me que tinham as melhores janelas do mundo... e têm mesmo! As HiFinity do meu quarto, daquele tamanho, deslizam como uma pluma.”
À medida que se percorre o apartamento descobrem-se cantos e recantos, num misto de estilos e funções, cheios de carácter, ao mesmo tempo que refletem o estilo acolhedor e próximo do anfitrião. Quem o conhece sabe que o Chef Chakall é um espírito livre, descontraído, descomplicado e um anfitrião como há poucos.
“Praticamente todos os condóminos do prédio optaram no passado por fechar as varandas, de forma pouco homogénea e concertada. Por isso, há uma assimetria enorme entre apartamentos e muito ruído visual. Devido ao apartamento do Chakall ser nos últimos pisos foi possível alterar algumas fachadas e a sua geometria. Esta visão mais contemporânea – ao mesmo tempo que é extremamente discreta vista do exterior - é agora o layout de referência em articulação com a Câmara Municipal de Lisboa” – comenta Mário Sousa Henriques. A simetria estética, o conforto e os padrões de sustentabilidade contribuem de forma decisiva para o valor do património edificado.
Cresci na cozinha do restaurante da minha mãe e fui obrigado a servir às mesas, arranjar salsa, levantar mesas, acender o lume, entre muitas outras tarefas. Aos 14 anos fiquei a tomar conta da cozinha. Isto durou até aos 18 anos, altura em que me fartei do cheiro a fritos e que as mulheres fugissem de mim… Optei por estudar jornalismo e trabalhei durante sete anos no jornal El Cronista, acabando como crítico de música. Nesses sete anos percebi que a profissão de crítico não fazia muito sentido. Como podia criticar músicos se não sabia tocar duas notas? No ano entre as viagens da Argentina e de África fiquei em Lisboa. Tornei a apaixonar-me pela cozinha, seguindo instintos ao invés de oportunidades. E nisto passaram já mais de duas décadas em terras lusas…