Philips Light Tower Lofts
Luzes que brilham na linha do horizonte de Eindhoven.
A antiga sede da Philips Lighting é um edifício emblemático da sua época. Assumidamente funcional era talvez a melhor forma de descrever, este imponente volume em betão. Quando o atelier Diederendirrix foi desafiado a reimaginar o edifício, o objetivo era claro: transformar o complexo em lofts premium. A anodização dourada dos perfis conferiu-lhe uma presença marcante no distrito de Emmasingel – “uma declaração entre os vários edifícios de betão”, segundo o arquiteto Paul Diederen. As amplas janelas proporcionam aos residentes não apenas uma atmosfera luminosa e sofisticada, mas também uma vista ampla sobre a cidade e a paisagem envolvente.
Paul Diederen convida-o a uma visita virtual ao projeto, permitindo-lhe explorar esta solução à medida, como se estivesse no local. Para uma experiência imersiva, recomenda-se a visualização através de um dispositivo de realidade virtual ou, em alternativa, a aplicação do YouTube no tablet ou smartphone. Visita virtual aqui
Valor acrescentado
Em 2015, o edifício foi reduzido à sua estrutura essencial e, em 2016, ganhou nova vida como complexo habitacional, com 616 lofts e penthouses. “Sentia-se uma grande necessidade de habitação flexível e de qualidade para os profissionais das muitas empresas da região de Eindhoven”, explica Lee Foolen, da promotora imobiliária Foolen & Reijs Vastgoed. “Na generalidade, têm um alto nível de educação e formação, valorizam a qualidade e abraçam um estilo de vida urbano. Com a estética luxuosa e a qualidade dos acabamentos, somos capazes de oferecer-lhes exatamente isso”.
Janelas de 3.5 m por 4 m oferecem vistas privilegiadas para a cidade
Há apenas alguns anos, o complexo Philips, no coração de Eindhoven, era um espaço pouco convidativo durante a noite. “Os edifícios cinzentos e o parque de estacionamento desolado, cercado por vedações altas, criavam um ambiente sombrio. Não havia grande margem para dúvidas: era urgente devolver vida e luz ao local”, refere Paul Diederen, do atelier Diederendirrix. “Além disso, era importante adaptar os espaços habitacionais às necessidades atuais. Existe uma forte procura por unidades mais compactas no centro da cidade, e este complexo oferecia as condições ideais para essa transformação.”
'Havia uma grande necessidade de habitação flexível e acessível para os colaboradores de várias empresas de Eindhoven e arredores.'
Imediatamente após concluir a formação em arquitetura, Lee Foolen iniciou-se no desenvolvimento de projetos de forma independente. Os primeiros anos foram dedicados à reconversão de habitações em alojamentos para estudantes e pequenos apartamentos. Em 2004, realizou a sua primeira transformação de escritórios e, em 2012, deu início ao primeiro grande projeto: a conversão de um edifício de 13.000 m2 de escritórios em habitação.
Atualmente, através das marcas Foolen & Reijs Vastgoed e City Pads, já foram transformados mais de 100.000 m² de escritórios, estando mais 250.000 m2 em desenvolvimento. Um portefólio que inclui cerca de 4.000 habitações em cidades como Eindhoven, Roterdão, Amesterdão e Utrecht.
Envolvente
A requalificação vai muito além da antiga sede da Philips. Todo o distrito de Emmasingel está a ser revitalizado com uma nova energia urbana. Junto à Mathildelaan, está a nascer um novo conjunto de torres habitacionais de baixa densidade, enquanto na parte posterior do edifício Philips Lighting foi criado um parque público, introduzindo mais verde no coração da cidade.
“Qualquer reconversão deve deixar algo de positivo na cidade”, afirma Paul Diederen. “Ao trazer literalmente à superfície o Gender — um pequeno rio que corria sob o local — e ao reservar o piso térreo da Philips Lighting para comércio e serviços, conseguimos devolver vida ao espaço. Tornou-se uma zona dinâmica, aberta à comunidade, que valoriza o tecido urbano e melhora a experiência de quem vive e trabalha aqui.”
'Com este brilho dourado o edifício funde-se com a envolvente. As pequenas diferenças de cor naturais no alumínio anodizado, trazem vida à fachada.'
As janelas foram anodizadas em dourado, criando um contraste subtil com a textura da fachada.
À luz do sol, o edifício Philips Lighting faz ainda mais jus ao nome. O dourado das janelas, disposto em linhas horizontais, acrescenta brilho e leveza à fachada. “Descobrimos uma nuance de cor ocre no material original que agora é reforçada pelos caixilhos dourados e pelos novos painéis de travertino”, explica Paul Diederen sobre a escolha da cor.
Paul Diederen (1959) formou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Tecnologia de Eindhoven em 1986. Desde 2005, trabalha com Bert Dirrix sob o nome diederendirrix architecten. A empresa, com sede em Eindhoven, é reconhecida por vários projetos emblemáticos de reconversão e reabilitação, como a antiga fábrica Nedinsco em Venlo, a transformação da Witte Dame em Eindhoven num edifício multifuncional e o projeto Musa, em Roterdão. Além disso, Diederen lecionou nas Academias de Arquitetura de Roterdão, Tilburg e Arnhem, assim como na Universidade de Tecnologia de Eindhoven. Foi conselheiro do Stimuleringsfonds voor Architectuur, é membro da Commissie Welstand en Monumenten Rotterdam e supervisor de De Erven Vleuterweide Utrecht. Desde 1 de junho de 2016, é professor de Design Transformacional na unidade de Arquitetura Urbana de Design e Engenharia da mesma universidade onde se formou.
A combinação entre os grandes vãos envidraçados e a configuração em T do edifício garante uma abundante entrada de luz natural nos apartamentos.
Sensação de loft
A planta em forma de T do edifício origina longos corredores com apartamentos dispostos de ambos os lados. “É um edifício relativamente profundo”, explica Paul Diederen. “Para tirar o máximo partido da luz natural, substituímos as fachadas fechadas por janelas generosas, com 3,5 por 4 metros. Isso permite que até os espaços mais interiores recebam luz — especialmente nos openspaces —, mas acima de tudo, proporciona uma experiência espacial intensa. O poder do vidro permite que se viva verdadeiramente o edifício.” Esta sensação é ampliada pelo desenho das janelas, que se abrem verticalmente. Apenas os apartamentos no topo têm varandas, mas nos lofts, a parte central da janela desliza lateralmente e desce, transformando a secção inferior numa discreta balaustrada. É uma solução que cria uma verdadeira ligação ao exterior, mesmo sem uma varanda tradicional.
As 116 penthouses oferecem grandes varandas enquanto os 500 lofts estão equipados com janelas de correr verticas.
A parte inferior das janelas funciona como guarda-corpos.
Tecnologia da indústria naval
Para este projeto, o atelier de arquitetura desafiou a Reynaers Aluminium a fornecer janelas com características muito específicas. “Janelas de correr verticais com estas dimensões são bastante invulgares na construção residencial”, explica Mark van Rosmalen, consultor de projetos da Reynaers Aluminium. “No entanto, já tínhamos experiência com este tipo de solução, uma vez que fornecemos janelas semelhantes para navios de cruzeiros.” A pedido da construtora e do arquiteto, foi desenvolvida e otimizada uma solução à medida, para cumprir os exigentes requisitos técnicos do edifício. As janelas foram instaladas na horizontal e são operadas eletricamente. A combinação entre a altura do edifício, as dimensões e o peso das janelas determinou a escolha dos perfis: com 76 mm de profundidade, oferecem elevada resistência à carga do vento. “Os perfis são robustos e têm um carácter marcante”, acrescenta van Rosmalen. “Vistos de frente, conferem à fachada um aspeto contínuo e limpo. Mas quando observados em perspetiva, ganham profundidade e dão expressão ao edifício.”
Timeline ambicioso
O especialista em fachadas Wijmoco equipou os sistemas de janelas com um motor especial, incluindo o controlo de segurança por acesso biométrico e um sistema de vedação para evitar que a chuva entre quando a janela está entreaberta. "Os sistemas foram testados no centro de testes da Reynaers, na Bélgica, quanto à resistência ao vento e à estanquidade à água", disse Richard Wijkamp, da Wijmoco Geveltechniek, que geriu todos os desafios técnicos com um timeline apertado. "A fachada precisava de estar completamente instalada em apenas quatro meses. No total, foram colocadas mais de 543 janelas de correr verticais e mais de uma centena de vãos de abertura horizontal. Graças a uma coordenação rigorosa com a construtora Stam + De Koning e a um planeamento de entregas semanais, foi possível cumprir todos os prazos. No local, a instalação foi também otimizada. “As janelas foram colocadas com recurso a um elevador de vácuo, o que nos permitiu instalar imediatamente cada unidade. Assim, o painel central podia ser rebaixado para servir de proteção contra quedas — sem necessidade de andaimes.”
O legado da Philips
Eindhoven, no sul da Holanda, ganhou destaque durante a Revolução Industrial e ficou conhecida como a Cidade da Luz, graças ao crescimento da Philips. Um grande número dos edifícios que fazem agora parte do património industrial holandês, foram construído pela famosa marca de lâmpadas. Devido à sua localização central e potencial arquitetónico, vários desses edifícios foram reutilizados de forma exemplar. A Witte Dame (1931), por exemplo, alberga hoje uma biblioteca e uma Academia de Design. Já a Lichttoren (1921) — onde as lâmpadas eram testadas — é agora um moderno complexo residencial.
Solução à medida
Solução à medida secção A-B-C-D
1. Aro
2. Rail com perfil de cobertura
3. Folha móvel
4. Rail
5. Motor
6. Perfil de cobertura para ventilação
7. Reforço interno
Solução à medida secção E-F-G
1. Aro
2. Rail com perfil de cobertura
3. Folha móvel
4. Rail
5. Motor
6. Perfil de cobertura para ventilação
7. Reforço interno
Sistemas Reynaers utilizados
Parceiros envolvidos
Instalador
- Wijmoco Geveltechniek
Fotógrafo
- Hennie Raaymakers
Outros parceiros
- Foolen & Reijs Vastgoed (Desenvolvedores de projectos)
- Stam + de Koning Bouw (General contractors)
