- Gonçalo Byrne
Estoril Sol Residence
O novo complexo residencial nascido na avenida Marginal de Cascais veio substituir o velho Hotel Estoril Sol e re-qualificar a entrada da cidade não só do ponto de vista arquitectónico mas também em termos de desenvolvimento urbano. Apesar da sua grande escala e relevo na silhueta urbana, a forte relação que o edificado estabelece com a envolvente é um dos pontos fortes do projecto.
Cascais é uma cidade frente-mar situada a cerca de 30 quilómetros a sul da capital,Lisboa. Uma das principais, e primeira porta na cidade para quem vem de norte é a avenida Marginal, junto à orla costeira. É nesse ponto de entrada/saída da cidade que se ergueu um dos mais interessantes – do ponto de vista arquitectónico e urbano – complexos imobiliários de grande escala construídos em Portugal nos últimos anos. Este novo complexo vem substituir o antigo Hotel Estoril Sol, um edifício dos anos 50 com cerca de 20 andares, entretanto demolido graças a um Plano de Pormenor que visava a completa reestruturação destes terrenos charneira da cidade. A remoção deste edifício provocou uma violenta cicatriz territorial, revelando a fragilidade do talude traseiro do antigo hotel. A diferença de cotas entre a plataforma da sua implementação e a vertente do vale da ribeira da Castelhana (porta de entrada do Parque Palmela) é de cerca de 30 metros, diferença essa que se revelou como um radical corte topográfico com a ausência de edificação. Dentro deste contexto foram estabelecidos dois grandes objectivos de projecto: por um lado, a resolução desta cisão mar/cota baixa - parque/cota alta expandindo o parque existente ao longo da vertente reconvertida; e por outro, a criação de um edifício residencial de luxo que tirasse partido da sua localização de excelência.
DESIGN
O novo edificado parte de uma regra de implantação de três corpos regulares de planta quadrada. O estabelecimento desta regra foi importante para permitir uma clara definição, ao nível térreo, de quais são os espaços públicos urbanos e quais os locais privados do novo complexo. Permitiu igualmente um estudo mais concreto sobre a nova relação pretendida entre a avenida Marginal e o fundo verde do parque e do morro. À medida que o edificado vai crescendo em altura adquire uma maior liberdade em termos volumétricos, ‘rodando’ segundo as direcções topograficamente mais marcadas: o vale da Castelhana e a linha de costa. Possuindo uma área total de 30.000 m2 – 32% menos que a área do antigo Hotel – os novos edifícios possuem uma altura correspondente a 14 pisos a partir da cota de logradouro estabelecida para o jardim e área de lazer (cota intermédia entre a avenida Marginal e o parque). Neste complexo encontram-se definidos 110 apartamentos de várias tipologias: do T1 ao T5, alguns deles em duplex. A imagem do edificado pretendia-se forte e auto-referencial. Graças a uma localização privilegiada, a opção recaiu sobre uma estrutura reticulada que possibilitasse a abertura de generosos vãos envidraçados. E foi nesse aspecto que a experiência da Reynaers foi crucial para o desenvolvimento do projecto. Graças a uma estreita colaboração com a equipa de projectistas e com o fabricante/instalador foi possível chegar a uma solução que satisfizesse as condições exigíveis para um edifício que se pretendia de luxo..
CERTIFICAÇÃO CE
Toda a caixilharia adoptada teve como base o sistema de correr topo de gama CP155. No entanto, este teve de ser modificado e redesenhado para cumprir dois desígnios fundamentais do projecto: por um lado, a necessidade de cumprir à risca as exigentes performances técnicas exigidas pelo caderno de encargos, nomeadamente no que toca à permeabilidade ao ar, resistência ao vento, estanquidade à água, ciclos de manobra, transmissão térmica, etc.; e por outro, a necessidade de incorporar no caixilho as guardas de vidro previstas, já que os vãos devem abrir ao longo da altura total do pé direito e era necessário garantir a total segurança dos utilizadores. No total, foram desenhados 10 perfis tipo e vários acessórios, ferragens e vedantes, a partir do modelo base CP155. Na maioria dos casos na sua versão monorail elevatória (Lift & Slide), incluindo alguns modelos motorizados, mas também em elementos fixos e de canto. Foi igualmente utilizado o modelo CS77 em algumas portas de abertura para o exterior no sistema de batente de alta performance. Estoril Sol Residence foi uma das primeiras obras em Portugal a ter completa marcação CE ao nível de caixilharias, o que atesta bem da alta qualidade do empreendimento e a sua mais valia no panorama arquitectónico e construtivo português.
Project solution
- Bespoke solution based on CP 155-LS monorail to obtain high water tightness performances and for the integration of the balustrades
- Different steel reinforcements were applied on the inside of the profiles to resist the high wind loads
- Dimensions of the sliding element: 2950 mm (window module: 3900 mm (W) x 2575 mm (H)); Weight of the sliding element: approx. 251 kg; Glass: exterior 8 mm tempered + 20 mm + laminated 66.2
- Due to the large dimensions and weight of the frames, different tests were done such as a mechanical resistance test when lifting and sliding the vent
Different other tests were organized to obtain CE marking:
Class Value
Wind load resistance E2067 2067 Pa
Wind load resistance to frame deflection B L/200
Water tightness 9A 600 Pa
Air tightness 4 600 Pa
Strength necessary to move vent 1 100 N
Mechanical resistance when lifting vent 4 800 N
Mechanical resistance when sliding vent 2 30 N
Impact test balustrade I5 950 mm
Acoustic performance 38dB (-2;-5)
Sistemas Reynaers utilizados
Parceiros envolvidos
Arquiteto
- Gonçalo Byrne
Instalador
- Edimetal SA
Fotógrafo
- FG + SG Architectural Photography
Outros parceiros
- Consórcio Edifer (General contractors)
- Fundor (Investors)
- Carlos M Guimarães (Authors)